Vídeos da Bahia, RJ, DF e BH são premiados no Festival Favela é Isso AíDepois de quatro dias de exibições no Usina Unibanco de Cinema, saiu o resultado da mostra competitiva do Festival Favela É Isso Aí – Imagens da Cultura Popular Urbana. Na Categoria Imagens na Periferia, o filme premiado foi Cidade de Plástico, da diretora Liliane Sena, de Salvador. Na categoria Singular venceu 788 que tem na direção Fiell e Bruno Thomassin, do Rio de Janeiro. O vencedor na categoria Arte e Cultura Popular foi o filme Quarteirão do Soul de Davi Zocoli, de Brasília. E o público escolheu o filme Bibica, aqui de Belo Horizonte, que levou o premio Júri Popular. Ainda foram concedidos dois prêmios de menção honrosa: um para o filme Guerreiras do Brasil, de Cacau Amaral e outro para Fábio Feter pela excelência e inovação do conjunto da obra inscrito e selecionado para o festival. Reconhecimento, oportunidade de exibição e intercâmbioPara Cacau Amaral, diretor do filme “Guerreiras do Brasil” que trata o hip hop como arma na luta contra a violência sofrida pelas mulheres, a realização de festivais, como o Imagens da Cultura Popular Urbana, reforça a idéia da criação de mídias alternativas e novos atores deste meio. Ele acredita que a premiação, o reconhecimento, traz novas perspectivas sobre a produção. “Achei muito importante porque a gente faz o filme sem financiamento e não tem veículo para exibir. Então você já desanima se percebe que o filme que você produziu não terá espaço no cinema e muito menos na televisão”, afirma Cacau. Além disso, o diretor destaca a importância de entrar em contato com outros realizadores, com outros trabalhos. “Às vezes a gente se fecha, eu mesmo acabava muito fechado no Rio de Janeiro, sem pensar no resto do Brasil. Foi importante este contato para, por exemplo, conhecer as pessoas que fazem hip hop em Minas Gerais, como o NUC, e perceber que aqui tem um movimento organizado e atuante” diz Cacau Amaral. Menina vai ao cinema pela primeira vez e assiste ao próprio filmeDurante a entrega do prêmio um depoimento: “o que eu achei mais legal dessa história toda foi que a Evelyn (12), a adolescente que fez o personagem Bibica, veio pela primeira vez ao cinema assistir ao próprio filme”, contou Bernard Belisário, educador de vídeo do Projeto Arte e Cidadania, da prefeitura de Belo Horizonte e coordenador da oficina que deu origem ao Bibica, filme vencedor na categoria Júri Popular. Os jovens que produziram o filme sobre tráfico de bonecas, há dois anos, assistiram ao vídeo, pela primeira vez na telona, no Unibanco Usina de Cinema, durante o Festival Favela é Isso Aí. Sucesso de públicoO curador da mostra, César Mauricio, faz uma avaliação positiva do Festival que, apesar de estar na sua primeira edição, conseguiu atrair um grande público. Todas as sessões tiveram casa cheia. Além disso, também foi alcançado um dos principais objetivos, que era a troca de experiência entre os realizadores e os coletivos, através da participação das oficinas e de debates. Para César Maurício, o esforço por investimentos compensou: “só para trazer pelo menos um representante de cada filme exibido gastamos em torno de dez mil reais”, calcula. Os premiados nas categorias Singular, Imagens na Periferia, Arte e Cultura Popular e Júri Popular receberam um Troféu* e o prêmio no valor de R$ 1.500. O Festival teve apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e patrocínio da VIVO. Festival anual em MGAinda segundo César Maurício, a idéia é de que o festival aconteça anualmente tornando-se oficial no calendário de eventos de Belo Horizonte. Nesta edição, os vídeos autorizados pelos diretores poderão, em breve, serem acessados no site da ONG Favela é Isso Aí. Programação do Festival continua, nesta semana, nos Centros CulturaisDepois da mostra competitiva, que terminou no final de semana, a programação do Festival Favela é Isso Aí – Imagens da Cultura Popular Urbana está agora nos Centros Culturais de Belo Horizonte. Até esta sexta-feira (21) os vídeos serão exibidos nos centros culturais Alto Vera Cruz, São Bernardo e Liberalino Alves de Oliveira. As sessões são sempre as três e quatro e meia da tarde e às sete horas da noite. A entrada é gratuita. O Centro Cultural Alto Vera Cruz fica na rua Padre Júlio Maria, 1577. O Centro Cultural São Bernardo fica na rua Edna Quintel, 320 e o Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira fica na rua Araribá, 975, na Pedreira Prado Lopes. Acompanhe nas próximas semanas, entrevistas com os premiados no Festival Favela é Isso Aí, fotos e informações sobre os filmes.*Os troféus foram feitos pelo artísta Allan dos Santos, cadastrado no site Favela é Isso Aí e morador do Conjunto Felicidade, região nordeste de Belo Horizonte. Ele herdou o ofício do pai, Mestre Orlando, já falecido, e que ficou famoso pelo entalhe de gamelas em madeira.Sugestões de fontes:1.César Maurício – curador do Festival: 3282-38162.Bernard Belisário – educador da oficina que deu origem ao filme bibica – premiado na categoria Júri Popular – bernard@aic.org.br3.Cacau Amaral – diretor do filme “Guerreiras do Brasil, premiado como menção honrosa