Artista » Antônio Moreno

• Área cultural: Música
• Comunidade: Aglomerado Morro das Pedras
• Telefone(s): (31) 3371-8669 / (31) 9626-4824
• Classificação: boleros; rancheiras; violão;

Descrição:

Amigo: a obra de Antônio Moreno

Com pouco mais de 60 anos, quase 50 foram dedicados à música. Apesar das dificuldades, Antônio Moreno conseguiu gravar CD e agora se esforça para dar visibilidade ao trabalho.

Antônio Martins (63), conhecido artisticamente como Antônio Moreno, canta, compõe e toca violão desde os 14 anos. Inspirado pelo ambiente familiar com tios e avô violeiros descobriu o dom musical ainda na infância, quando também adquiriu o gosto pelas canções rancheiras, boleros, polcas (música adequada a uma dança de dois tempos também chamada polca), country e rasquiado. Diversidade que hoje compõe o seu repertório. A família continua no ritmo: “Meu sobrinho Rodrigo, de 20 anos, toca cavaquinho e gosta muito de pagode”, conta Antônio.

Quando era adolescente, Moreno formou o Trio Granada, com os amigos Paulinho e Camar. O trio apresentava-se em festas, barzinhos e em casas de amigos do Morro das Pedras. Mas a distância e a necessidade de trabalhar para o sustento dificultaram o desenvolvimento profissional do grupo. Pela mesma razão, a dupla Os Granadenses, formada, em seguida, por Moreno e seu amigo Renê, terminou. A dupla permaneceu unida por muitos anos e apresentavam-se periodicamente no Programa Caminho da Roça, apresentado por Tina Gonçalves, da Rádio Inconfidência. Na época, o Caminho da Roça era gravado na Sala João Ceschiatti, do Palácio das Artes, recordação que o artista guarda com muito carinho. Moreno saía do Morro das Pedras, aos sábados, para ensaiar no bairro PTB, na cidade de Betim. Aos domingos chegava cedo ao Palácio das Artes para a gravação do programa de rádio e em seguida dirigia-se ao Parque Municipal, onde cantava por diversão.

Apesar do trio e da dupla desfeitos, Moreno, que também é pintor de paredes, não desistiu da carreira musical. A grande paixão pela música fez com que ele buscasse a gravação de dez faixas, que deram corpo ao CD intitulado “Amigo”. O cantor e compositor conta que a música para ele é um dom e que as idéias surgem em qualquer lugar onde esteja: “Às vezes estou no serviço pintando e surgem idéias de letras, vou gravando na mente. Como não posso parar o serviço, vou cantando baixinho, por não ter papel para escrever. Algumas músicas não tenho escritas, tenho só de cabeça e cada uma tem um ritmo diferente”, explica Moreno, que tem cerca de 300 músicas escritas.

A gravação do CD “Amigo”, cujos arranjos foram feitos por Luís Cláudio e Emanuel, foi viabilizada em 2004, com o apoio do Lucas Estúdio, no bairro Caiçara. O dono do estúdio parcelou o valor das gravações, que Moreno pagou com muita dificuldade. Com o CD já pronto, surgiu uma outra necessidade: divulgação.

“Procurei algumas rádios comunitárias para divulgar minhas músicas, mas não consegui porque muitas pessoas cobraram por este serviço”, desabafa. A venda dos CDs é feita pelo próprio artista para amigos e conhecidos, que já levaram suas músicas para Rio de Janeiro, São Paulo e interior de Minas Gerais.

A grande aspiração de Moreno, nascido e criado na Vila São Jorge, é ter seu trabalho divulgado, para conquistar reconhecimento por quase 50 anos dedicados à música. Com a divulgação, ele pretende voltar a fazer shows e até mesmo montar uma nova dupla.