Planalto (Governador Valadares) População: 1

A formação do bairro Planalto está associada ao processo de expansão urbana da cidade de Governador Valadares. Muitos moradores vieram de fora da cidade, de municípios como Virginópolis, por exemplo. Outros chegaram de bairros de Governador Valadares, como o Nossa Senhora das Graças e o Altinópolis.

A formação do bairro Planalto está associada ao processo de expansão urbana da cidade de Governador Valadares. Muitos moradores vieram de fora da cidade, de municípios como Virginópolis, por exemplo. Outros chegaram de bairros de Governador Valadares, como o Nossa Senhora das Graças e o Altinópolis. Dentre os primeiros moradores estão Dona Angélica e os senhores João, Manoel Lima, Sebastião Luiz e Eurico Pereira.

Segundo alguns moradores antigos, o bairro surgiu aproximadamente no início da década de setenta. O terreno era pasto de uma fazenda, que foi loteada e vendida através de financiamento da Caixa Econômica Federal. Vale mencionar que boa parte do bairro precisou ser aterrada.

O material de construção vinha do centro da cidade em carroças ou caminhões. Atualmente, existe loja de material de construção no bairro, o que facilita bastante a realização de construções, poupando trabalho, dinheiro e tempo.

As casas, em sua imensa maioria, sempre foram de tijolos, apesar de não terem reboque. As casas da Caixa Econômica eram praticamente iguais. Mas também existiam casas de barro batido e folhas de compensado.

Inicialmente as pessoas tinham muita dificuldade para conseguir água. As famílias buscavam água em bicas, por exemplo, uma que ficava em frente ao posto de gasolina, na BR-116. Apesar de não ter tardado muito a ser implantada, a rede de água era muito precária. Às vezes faltava água por semanas e o carro pipa tinha que ser enviado. Devido a esta situação, as mulheres lavavam roupa e as pessoas se banhavam no córrego Figueirinha.

De acordo com entrevistados, a água ainda falta. É comum a comunidade ficar dois ou três dias sem água, até mesmo na escola. Isto dificulta o andamento das aulas. Apesar disso, o serviço de abastecimento de água melhorou muito, sobretudo depois da construção da caixa d’água. A rede de água vinha do Altinópolis. A rede de esgoto, por sua vez, foi sendo construída gradativamente. Hoje em dia ela apresenta bom funcionamento.

A energia se estabeleceu no bairro de forma mais rápida. Nos meados da década de setenta já existia energia nos postes. No entanto, eram poucos os que tinham luz em casa. Com o tempo a Prefeitura cedeu vários padrões simples, outros moradores compraram padrões por conta própria.

Quanto ao calçamento, inicialmente as ruas do bairro eram de paralelepípedo, depois o asfalto foi sendo implantado. O asfalto chegou primeiro no “Acesso 2”, depois na Avenida A e, gradativamente, em outras ruas do bairro. A avenida A é uma das principais ruas que cortam o bairro e abrigava algumas das primeiras casas que lá surgiram. Há alguns anos um pedaço da Rua 5 desmoronou. O problema ainda persiste, o que impossibilita a passagem do ônibus. A Rua 7 e a 2 também carecem de um bom calçamento.

O caminhão de limpeza quase não vinha, o lixo tinha que ser queimado nos lotes. Atualmente vem três vezes por semana e os funcionários da Prefeitura varrem a rua uma vez por semana. O transporte é razoável, passam dois ônibus dentro do bairro. No início não tinha ônibus direto, era preciso ir a pé ao centro ou pegar ônibus no “Acesso 2”.

Um dos principais líderes da comunidade era o Zé Teixeira. Foi o primeiro presidente da associação de bairro e ajudou na luta para de implantação da escola. Depois vieram outros, como Valderci, Salvador, Carlão e Edvaldo. A associação, que acompanhou o desenvolvimento do bairro, não tem sede. As pessoas se reúnem no salão da igreja de São Francisco, na avenida A.

A igreja de São Francisco, tal como inúmeras casas do bairro, foi construída a partir de um mutirão. A capela é do início de ocupação do bairro. Era pequena, depois foi ampliada. A imagem do santo chegou com a ampliação da igreja. Colocaram a torre e aumentaram o tamanho, depois fizeram um painel do santo em azulejo no frontão da igreja. O padre veio da igreja de Lourdes. As donas Elvira e Elza eram responsáveis pelo salão paroquial e, atualmente, estes serviços são prestados pela senhora Beth e Claudicéia.

Além da igreja de São Francisco, há outras igrejas no Planalto, como a Assembléia de Deus, que já existe a um bom tempo no bairro, e outras mais novas. Esses espaços, além de agregarem os fiéis durante as cerimônias e cultos, servem como importantes espaços de socialização.

No salão paroquial são oferecidas oficinas para a garotada. Na falta de uma creche no bairro, as crianças participam de diversas atividades, sobretudo esportivas e lúdicas, desenvolvidas no espaço da igreja de São Francisco. No mês de maio acontecem barraquinhas. Segundo moradores, vem gente até mesmo de fora para participar da festa. Também acontecem festas de fim de ano e de comemoração do dia das crianças.

As únicas opções de lazer no bairro são o pátio da igreja e o espaço da escola. A igreja tem um lote onde se pretende construir uma área de lazer, mas, segundo moradores, a verba está curta para dar início às obras. Nos espaços da escola e da igreja acontecem oficinas de grafite, música, capoeira, futsal, basquete e artesanato, ministradas respectivamente por Nilton, Natália, Nelson, Maurício, Roberto e Nelzinha.

A Escola Adélia Ribas começou junto com o bairro. Passou por várias reformas, como uma das maiores conquistas da comunidade escolar, que foi a construção da quadra. Antes só havia até a quarta série do Ensino Fundamental e hoje a escola oferece até a oitava série. A cantina foi ampliada, colocaram cobertura na quadra e fizeram quiosques.

Não tem posto de saúde no bairro, quando os moradores precisam de assistência médica básica vão até o CRAS. Antigamente, no local atual do CRAS ficava um posto policial. Atualmente a polícia faz rondas rotineiras no bairro.

A maioria das pessoas que moram no bairro trabalha como pedreiros, domésticas, costureiras e mais uma diversidade de profissões. Dentre os comércios mais antigos estão os estabelecimento dos senhores Arcelino, Severino, Dagmar e Bacana.

No bairro existia um campo e um time de futebol, o União Planalto, coordenado pelo Carlinhos Huck e pelo Sebastião Cardoso. O time participava de disputas regionais e alcançou importantes vitórias.

Os moradores antigos faziam algumas serenatas no bairro. Dentre os seresteiros e músicos antigos do Planalto – que inclusive se encontravam no bar do Dica, no “Acesso 2” – estavam Zé do Posto, o Sargento Adão, o senhor Dida e o próprio senhor Dica.

Estas lembranças e outras, ligadas às lutas, às vivências e às amizades, fazem do bairro Planalto um bairro bastante peculiar dentro da cidade. Este breve histórico demonstra que apesar do bairro ter se formado bem depois que muitos outros da cidade, ele apresenta uma rica história marcada por suas especificidades e seu próprio contexto.

Calendário

FestaMêsDiaLocal
Festa de São FranciscoOutubro5Igreja Católica São Francisco de Assis
Festa dia das CriançasOutubro12Igreja Evangélica
Festa JuninaJunhoIgreja Católica São Francisco de Assis
Planalto (Governador Valadares)
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Artistas

A pesquisa realizada pela equipe da ONG Favela é Isso Aí em parceria com o Núcleo Cidade Futuro e correspondentes bolsistas da comunidade revelou que existem pelo menos 19 artistas solos e grupos culturais no bairro Planalto. A maior parte da produção artística é na área do Artesanato, somando 11 cadastros (57,89%). Em segundo lugar está a área da Música com 04 cadastros (21,05%) na comunidade. Em terceiro lugar a área da Dança com 03 cadastros (15,78%). Foi também cadastrado 01 artista/grupo cultural da área das artes plásticas. A maior necessidade relatada é a de recursos materiais e financeiros para produção do trabalho artístico citada por 11 dos artistas entrevistados (57,89%). Cinco deles (26,31%) disseram ter necessidade de espaço para produzir, ensaiar, expor e/ou apresentar seu trabalho.