A região de Ravena, antes denominada Nossa Senhora da Lapa ou, simplesmente, Lapa, começou a ser povoada em função da exploração do ouro, no século XVIII. A primeira igreja do arraial foi construída em 1700. Como os escravos não podiam frequenta-la, eles construíram sua própria igreja. Ainda hoje, essas igrejas – a Matriz de Nossa Senhora da Assunção e a Capela de Nossa Senhora do Rosário, esta última construída pelos negros – permanecem no local.Em 1738, já havia no local uma Companhia de Ordenança (JÚNIOR, Augusto de Lima, 1978). Essas companhias eram responsáveis por assegurar o controle dos portugueses sobre tudo que acontecia aqui na colônia. Em 1855, o arraial foi elevado a paróquia, com o nome de Nossa Senhora de Assunção. O senhor Florivaldo Ferreira Pinto, antigo morador de Ravena, ensina que os primeiros moradores da região vieram plantar lavouras para alimentar os escravos, já que o solo de Sabará não era muito propício.Apesar da antiga relação entre o distrito e o município de Sabará, em 1938 um decreto transferiu-o para Santa Luzia. Somente 15 anos depois, o distrito voltou a pertencer a Sabará. A denominação Ravena, instituída em 1943, por meio de decreto, é uma homenagem ao frei Luís de Ravena, capuchinho italiano famoso por suas virtudes. Consta que até hoje alguns de seus pertences são conservados em uma capelinha do local.A história de conquista de melhorias para a região está associada à mobilização dos moradores, por meio de mutirões e da associação comunitária, e ao poder público. O senhor Florivaldo comenta que “a ajuda do governo veio com a luz, com a água, com o posto médico e com as escolas”. Contudo, a própria população também fez sua parte para melhorar as condições do local. “Fizemos mutirão para ajudar a capinar ao redor do colégio, fizemos a sede da banda de música com mutirão, o asilo perto do cemitério também”, conta ele.Atualmente, a regional apresenta muitos sítios pertencentes a pessoas de fora, sendo que cerca de 80% de seu território é rural.