Regional Sede (Sabará) População: 30000

A Regional Sede apresenta a maior extensão territorial e populacional de Sabará. Sua ocupação está necessariamente relacionada ao processo histórico de formação da cidade, já que a maior parte dos seus bairros cresceu nas adjacências do chamado Centro Histórico do município.

A Regional Sede apresenta a maior extensão territorial e populacional de Sabará. Sua ocupação está necessariamente relacionada ao processo histórico de formação da cidade, já que a maior parte dos seus bairros cresceu nas adjacências do chamado Centro Histórico do município. A história do povoamento dessa região remonta ao período colonial, como já foi apresentado no primeiro capítulo do Volume 1, que discorre sobre a trajetória de Sabará.

O Distrito Industrial Operário Raimundo Fantine, mais conhecido como Arraial Velho, ainda hoje guarda vestígios desse período colonial. A Igreja de Santana, erigida no local, data presumivelmente do Séc. XVIII. Em frente à Igreja existe uma estrada que liga Sabará a Ouro Preto, também conhecida como Estrada Real, por onde passavam mercadores que abasteciam os grandes centros de mineração. Além disso, a Estrada Real era utilizada para levar o ouro recolhido e outros produtos para o Rio de Janeiro, de onde partiam para a Europa.

Com exceção do já mencionado Centro Histórico e do Arraial Velho, os demais bairros foram impulsionados, em sua maioria, pela construção de indústrias, como a Siderúrgica Belgo Mineira, atual Arcelor Mittal. A empresa implantou vilas residenciais em suas imediações, dando origem a bairros como Vila Santa Cruz e Vila Siderúrgica.

“A Belgo construiu as casas e foi colocando os funcionários que não tinham lugar para morar no centro, cada sessão tinha em média dez casas. Uma benfeitoria foi a troca das casas de madeira pelas casas de tijolo, muitos tiveram condições de derrubar as de madeira e levantar as de tijolos. A Belgo dava uma cobertura para as pessoas, vendia material mais barato lá de dentro, e ia ajudando cada um para melhorar. As carências que tivemos foram mais de rede de esgoto; divisa de lote, as casas davam fundo umas com as outras, sem separação, depois os próprios moradores foram construindo muro e separando”, relembra o senhor José Rosa, que mora na Vila Santa Cruz há 47 anos. Em 1989, foi fundada a primeira associação comunitária para lutar por melhorias na vila.

No caso do bairro Pompéu, a história foi um pouco diferente. A senhora Maria Torres da Fonseca, que reside na região há 54 anos, diz que, naquela época, existia muito mato e pouca gente no local: “era uma roça mesmo”. A maior parte dos habitantes de Pompéu, segundo ela, veio de um povoado próximo chamado Segredo e de outras cidades mineiras. Como ela e os filhos trabalhavam em uma olaria, muitas casas antigas foram construídas com os tijolos que eles produziam. Ela relembra, ainda, que, nesse período, os moradores passavam por muita dificuldade. “Todos eram muito pobres, não achava nada direito para comprar, se quiséssemos um ovo, tínhamos que criar uma galinha. Pegava uma coisa na casa do outro e assim ia. No Pompéu, o pessoal sempre foi muito unido para buscar melhorias, todos ajudam. Os prefeitos que entraram deram uma ajuda aqui”.

No bairro Paciência, a busca de condições melhores também foi impulsionada pelo esforço dos moradores e da associação. O senhor Renato Ramos conta que, há 50 anos, poucas famílias habitavam o local. Nessa época, não existia luz nas ruas nem condução para os moradores. A ponte que liga o bairro ao resto da cidade, contudo, foi construída bem anteriormente, entre 1867 e 1869, pelo engenheiro Henrique Dumont, pai de Santos Dumont.

Artistas

A Regional Sede destaca-se pela grande quantidade e diversidade de equipamentos urbanos, que atendem não apenas a seus moradores, mas também ao restante do município como um todo. No total, são 78 (setenta e oito) equipamentos, divididos em: 11 associações comunitárias, 11 instituições / associações sociais, artísticas ou comerciais, duas cooperativas, quatro centros de educação infantil / creches, 14 escolas, um instituto cultural, uma biblioteca pública, um museu, 15 entidades / projetos sociais e/ou culturais, dois clubes esportivos, Clube do Cavalo, um conselho tutelar, sete entidades religiosas, uma loja maçônica, quatro centros de atendimento médico / hospitalar, uma emissora de rádio, um sindicato e um grupo de escoteiros. Um dos aspectos mais relevantes na regional é a existência de muitas associações comunitárias, facilitando a mediação entre as demandas dos moradores locais e o poder público. Além disso, em virtude de ser a sede do município, é essa a regional que apresenta a maior heterogeneidade de projetos socioculturais, contemplando desde associações artísticas e de proteção aos animais, até as entidades que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social. Outra característica que chama a atenção é o vultoso número de instituições religiosas, o que demonstra a forte influência da religiosidade na cultura local. Essas instituições realizam tanto trabalhos filantrópicos e de evangelização quanto atividades recreativas. Confira as entidades cadastradas na Regional Sede.