Vila Cemig População: 6400

A Vila Cemig está localizada na Regional Barreiro, em Belo Horizonte, sendo vizinha dos Bairros Flávio Marques Lisboa e Conjunto Esperança. A vila recebeu esse nome, dado pelos moradores, devido à subestação de luz da CEMIG, próxima ao local.

A Vila Cemig está localizada na Regional Barreiro, em Belo Horizonte, sendo vizinha dos Bairros Flávio Marques Lisboa e Conjunto Esperança. A vila recebeu esse nome, dado pelos moradores, devido à subestação de luz da CEMIG, próxima ao local.

Segundo moradores mais antigos da comunidade, a área ocupada pela vila pertencia à antiga Fazenda Bonsucesso. A área verde possuía várias nascentes de água, que eram atrativos para as pessoas e serviam como referência de localização, já que a princípio não existiam ruas na vila.

De acordo com a Urbel – Cia. Urbanizadora de Belo Horizonte, as primeiras ocupações ocorreram no final da década de 1950. Apesar de a comunidade ainda não ter completado meio século, algumas das primeiras pessoas a habitarem o local já faleceram. Segundo a Companhia Urbanizadora, em 1959, José Rita e José Nogueira, atualmente falecidos, se instalaram com suas famílias onde hoje é a Rua Ema. Dona Heliodora dos Santos, viúva do Sr. Juvercino Romano dos Santos, também conta que foi uma das primeiras moradoras da vila, chegando à vila por volta de 1962, onde construiu a residência em que ainda mora, na Rua Clara.

No início, residiam na vila somente estas três famílias. A forma de acesso às casas se dava por trilhas da antiga fazenda. Segundo D. Heliodora, as famílias construíram e residiram na vila tranquilamente, até que a polícia começou a intimidá-los a abandonarem suas casas, sob a alegação de invasão de terreno. De acordo com as informações da Urbel, os conflitos entre policiais e comunidade perduraram até 1972, quando 40 famílias já moravam na vila.

Do final de 1972 até meados de 1973, houve um aumento de moradores em torno de 90%. Já em 1975, a vila contava com uma população em torno de aproximadamente 4.000 pessoas. Segundo dados da URBEL/PBH, era interesse comum da população local apoiar a criação de uma Associação de Moradores para representar os moradores perante as reivindicações de melhorias e direitos públicos. Em 1977 foi fundada a Associação Pró-Melhoramento da Vila Cemig, tendo o Senhor Juvercino como primeiro presidente.

Em 1979, a associação contava com cerca de 2.400 sócios e se reuniu para primeira construção coletiva da vila, a Capela Nossa Senhora Aparecida. Com apoio do Padre Jeremias os moradores lutaram para conseguir energia elétrica, água encanada, esgoto e ônibus pra atender à vila.

A instalação da energia elétrica exigiu a abertura e definição de ruas, quando então os moradores se uniram em mutirão e abriram as 17 principais ruas da Vila. Entretanto, ainda hoje existem na vila alguns pontos que não possuem iluminação legalizada, como é o caso do local conhecido pelos moradores como Antenas, situado próximo às antenas da subestação da Cemig.

A Vila foi uma das incluídas, na década de 1980, no PRODECOM – Programa de Desenvolvimento das Comunidades, do Governo do Estado, sendo conquistada nessa época a instalação de redes de esgoto e água, a urbanização de ruas, que contou com a participação dos moradores em mutirão, e uma sede para Associação Comunitária. Na mesma época, como iniciativa do Sr. José Ramos, a praça da comunidade ganhou o Cruzeiro, ponto de referência na vila. Ele carregou nas costas a cruz que hoje fica no local, desde a Igreja Cristo Redentor, na entrada do Bairro Flávio Marques Lisboa, até a praça, que ficou conhecida como Praça do Cruzeiro.

Como fruto do trabalho da Associação foi criada uma creche comunitária para os filhos dos moradores e implantado posto médico na vila. Em 1984, a Associação promoveu uma manifestação em prol do título de propriedade dos imóveis da vila, que resultou no comparecimento do então Governador de Minas Gerais, Tancredo Neves à comunidade. A ação culminou na conquista de 692 títulos de propriedades e alguns outros em fase de regularização. Hoje existem muitas propriedades que ainda não têm documentação regularizada.

Segundo os moradores mais antigos entrevistados pela Ong Favela é isso aí, a Vila Cemig passou por uma fase difícil, com violência constante, mas hoje consideram a comunidade um lugar tranqüilo em que gostam de morar. João Rosa Pinheiro, que chegou à Vila há 46 anos, disse que já viajou para vários lugares do país a trabalho, mas não tem vontade de sair da vila, onde criou sua família: “só vou sair quando Deus vier me buscar”, diz.

Calendário

FestaMêsDiaLocal
Corrida RústicaOutubroNas ruas da Comunidade
Festa de Nossa Senhora AparecidaOutubro12Capela Nossa Senhora Aparecida – Praça do Cruzeiro
Festa Dia das CriançasOutubro12Centro Espírita Cabocla Jurema e Mãe Maria Conga
Festa Dia das CriançasOutubro12Praça do Cruzeiro
Festa Dia das Mães – Shows com Artistas da ComunidadeMaioPraça do Cruzeiro
Festa Dia dos PaisAgostoPraça do Cruzeiro
Festa Junina – QuadrilhaJunhoPraça do Cruzeiro
Teatro da Paixão de Cristo – Semana SantaAbril14Praça do Cruzeiro – Capela Nossa Senhora Aparecida
Vila Cemig
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Artistas

A pesquisa realizada pela equipe da ONG Favela é Isso Aí e correspondentes bolsistas da comunidade revelou que existem pelo menos 103 artistas solos e grupos culturais em atividade na Vila Cemig. A maior parte da produção artística é na área de artesanato, somando 43 cadastros. Em segundo lugar está a música, atividade desenvolvida por 28 cadastrados da comunidade. A área das artes plásticas é a terceira manifestação artística presente na Vila Cemig. Dança, Literatura e Teatro, nesta ordem, são as atividades menos desenvolvidas. A maior necessidade relatada é a de recursos materiais e financeiros para produção do trabalho artístico, citada por 85% dos grupos entrevistados. As outras demandas mais mencionadas foram divulgação (23% das citações) e espaço para produzir, ensaiar, expor e/ou apresentar seu trabalho (21%).