As Vilas 31 de Março, Delta e PUC estão situadas na região noroeste de Belo Horizonte, próximas aos bairros Dom Cabral, João Pinheiro e Dom Bosco e também ao lado da BR 262, conhecida como Anel Rodoviário.VILA 31 DE MARÇOO espaço ocupado pela vila 31 de Março é o restante de um terreno onde haviam sido construídas casas populares e pertencia a Puc, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.Segundo uma das moradoras mais antigas da região, Marieta Ló de Souza, que mora na vila à aproximadamente 50 anos, a área começou a ser ocupada por ela e suas sete irmãs. Cada uma escolheu um pedaço do terreno, porque consideravam a única forma de garantir um pedaço de chão. Ela conta que para elas sair durante o dia ou até mesmo dormirem, elas tinham que fazer um revezamento porque senão outras pessoas invadiam ou a polícia expulsava. Segundo Marieta, a vila não tinha nenhuma denominação e ela não se lembra porque colocaram o nome de 31 de março.O aumento do número de pessoas acabou gerando conflito entre eles e também com a polícia que, segundo moradores antigos, muitas vezes, utilizou gás lacrimogêneo para dispersá-los.Só depois de aproximadamente quatro meses de luta, os ocupantes começaram a construir seus barracos. No início, as casas foram construídas com paredes feitas com adobe e cobertas em cima com lonas.Os moradores da vila contavam com a ajuda dos padres Ozanam e Piggi, importantes no processo de conquista de território na capital, já que além de ajudar com doações, também colaboraram para que os moradores recebessem as escrituras, que só vieram um ano depois. A partir daí foram realizados mutirões na comunidade para a construção das casas.A vila não contava com nenhum tipo de infra-estrutura, apenas uma lagoa da qual os moradores retiravam água para utilizar no dia-a-dia. Segundo dona Marieta, a comunidade era muito carente e faltava o básico, como comida e roupas. Ela conta que mesmo depois que a Igreja autorizou a permanência dos ocupantes, a polícia e representantes da prefeitura ainda tentavam retirá-los. Somente depois de aproximadamente 20 anos, a partir das reivindicações da associação, as ruas começaram a ser asfaltadas, o esgoto começou a ser tratado e a luz foi instalada.VILA DELTA (SAVASSINHA)Dona Elvira de Oliveira Ferreira, de 78 anos, mora na vila Delta há 46. Segundo ela havia poucos moradores e nenhuma infra-estrutura quando ela se mudou para o local. Não havia água na comunidade, luz ou eletricidade e uma das maiores dificuldades era a falta de ônibus. Eles utilizavam fossa e a água era retirada de uma pedreira, que segundo dona Elvira ficava muito longe. Ela conta que as melhorias só aconteceram em função das reivindicações da comunidade, feitas através da associação. Primeiro veio à luz e depois, segundo Elvira, “com muita dificuldade”, a água, que não chegou até a vila, apenas até o bairro. O primeiro nome da Vila era João Pinheiro. Hoje, por causa da mobilização dos moradores, hoje tem até uma festa típica, a do congado.VILA PUCA Vila PUC era apenas uma enorme área verde quando em 1978 os primeiros moradores ocuparam o local. Os próprios moradores da vila reivindicaram melhorias com as empresas responsáveis pelo tratamento da água, alongamento da rede e ligação de luz. A principal dificuldade enfrentada por eles era a falta de água. Para tomar banho, fazer comida ou lavar roupa os moradores tinham que buscar água na PUC. Segundo um dos moradores mais antigos da região, senhor Geraldo, a vila enfrentava inúmeros problemas. “Lutávamos juntos em busca de melhorias, pois tínhamos muitas dificuldades em relação à água, luz, escolas, creches e posto de saúde algumas pessoas passaram até fome naquela época, pois não tinham emprego”.A associação dos moradores da Vila 31 de Março era responsável pelas reivindicações das três vilas: 31 de Março, Delta e PUC.CalendárioFestaMêsDiaLocalCongadoNovembro–Nas ruas do aglomeradoFesta juninaJunho–Praça da comunidade e Rua Padre Raul.