O Guia Cultural de Vilas e Favelas é resultado de uma pesquisa de campo realizada entre 2002 e 2004 que identificou e cadastrou 740 grupos culturais entre as mais de 500 mil pessoas que habitam a periferia de Belo Horizonte. O trabalho foi realizado nos 226 vilas, favelas e conjuntos habitacionais da capital mineira.De acordo com o Guia, as atividades culturais envolvem cerca de sete mil pessoas nas comunidades periféricas. Os grupos musicais abrangem 39% deste montante, com destaque para grupos e cantores de rap, funk, pagode, forró e evangélicos. O artesanato ocupa o segundo lugar no ranking, sendo responsável por 24% dos grupos e artistas pesquisados. As danças e as artes plásticas somam 13º dos cadastrados, tendo como vedetes, respectivamente, capoeira e street dance, desenho e grafite. Teatro, literatura, folclore, religiosidade e artes musicais foram identificados como áreas de menor produção, mas que também encontram seus representantes.De todos os artistas e grupos pesquisados, apenas 20% sobrevivem de arte e cultura, os demais 80% dependem de seus trabalhos “oficiais” para viver e manter a produção artística, que de forma geral, exige investimento financeiro. Além das manifestações e grupos de arte, o Guia também mapeou os veículos de comunicação da periferia e constatou a existência de 28 rádios comunitárias, 11 jornais, dois fanzines e dois outros meios de informação local.A divulgação da pesquisa em versão eletrônica permite a atualização constante e o acompanhamento, por parte do público, da dinâmica da produção artística e cultural nas vilas e favelas.Atualmente o Guia Cultural de Vilas e Favelas encontra-se esgotado para venda, em fase de atualização.